Vamos falar sobre o fenômeno Black Friday
“Devemos
consumir para viver e não viver para o consumo.”
Ao
ler essa frase em um artigo esses dias, parei para analisar mais friamente toda
a cadeia de consumo sem sentido que está por trás da Black Friday.

É assustador perceber a proporção gigantesca que essa data tomou, mesmo no Brasil e mesmo em meio a uma grave crise econômica! Eu fui bombardeada por propagandas vindas de todos os lugares: nas ruas, nas redes sociais e nas lojas. Em todos esses bombardeios fui atacada pelos dizeres “BLACK FRIDAY”, “60% OFF”, todos em caixa alta e negrito.. alguns até piscavam!
Ao
pensar no lado sustentável do negócio, a Black Friday está indo em uma direção
totalmente inversa ao que eu venho pensando sobre a vida e sobre o futuro do
planeta, afinal, tudo aquilo que você faz todos os dias, faz diferença. Então, a
meu ver, se existe uma data criada pelo mercado para instigar o maior número de
pessoas a consumirem produtos que elas provavelmente nem precisem, há algo
errado.

Portanto,
antes de sair comprando loucamente só porque aquele letreiro gigante pulou na
sua cara (é tentador, eu sei... passo por isso e nem sempre resisto!), pensem
em umas coisinhas:
-
você precisa disso?
-
caso precise, você verificou se a promoção é real? Já havia feito pesquisa de
preço para esse produto antes? Não queria te desanimar, mas se você nunca viu o
preço desse produto, provavelmente você não necessita dele.
Li
um post no blog Um Ano sem Zara que fala justamente sobre isso e aborda uma
iniciativa incrível da marca basico.com, que adotou uma Black Friday
transparente ao mostrar 3 preços diferentes ao consumidor: o preço cheio, o
preço do desconto normal feito para troca de estoque e o desconto “Black Friday” que não cobre os custos
com infra-estrutura e equipe. Vale ler o post AQUI
Outra
empresa que adotou essa estratégia de comunicação foi a Insecta Shoes. A marca
de calçados veganos fez um vídeo que está circulando nas redes sociais
explicando detalhadamente todo o custo de um sapato e o motivo pelo qual não
tem como fornecer descontos exorbitantes para os clientes de forma sustentável.
Achei sensacional! O
IG da Insecta Shoes está disponível AQUI
Uma matéria do ano passado que está disponível no site globo.com, entrevistou o diretor do Instituto Akatu, Hélio Matar e ele disse uma
frase que resume tudo o que eu despejei aqui para vocês refletirem:
“Exposto a numerosas ofertas, o consumidor pode perder
a noção daquilo que é realmente necessário. E como na produção e transporte de
tudo o que consumimos são emitidos gases de efeito estufa (GEE), o excesso de
consumo leva, entre outros impactos negativos, ao aquecimento global e às
Mudanças Climáticas que estamos vivendo”.
Fecho
com a seguinte frase que li no site do Instituto Akatu: consumo consciente não
significa deixar de consumir, mas consumir melhor e diferente, sem excessos,
para que todos vivam com mais bem-estar hoje e no futuro.
é ju...é assim mesmo...um consumo desenfreado na black friday. mas não é só nela, basta ver quando alguma fast fashion lança uma coleção com gente importante e preços nas alturas, que acontece a mesma coisa.
ResponderExcluirestamos condicionados a consumir cada vez mais e isso também é um pouco de culpa da nossa profissão, né?
mas temos que trabalhar pra ter dinheiro pra pagar contas, comer, vestir, etc.
e a minha dica pra qualquer black friday da vida é repetir pra mim mesma até me convencer (mas não preciso de muito sacrifício pra
isso) é: "vc não tem dinheiro....vc não tem dinheiro....vc não tem dinheiro" e é verdade...eu não tenho mesmo...hehehe
Ando pensando muito sobre a nossa profissão, sabia? Criamos o conceito de desejo e eu estou tentando me encaixar de alguma forma na publicidade e ainda trabalhar com propósito.
ExcluirO mantra "vc não tem dinheiro" eh MARA KKKK